08/02/11

A Igreja e eu

Um dia o meu pai resolveu que era bonito baptizar os cinco filhos mais novos.
Como três de nós já éramos vais velhitos, uma com 10, eu com 13 e o outro com 14, ficou decidido que iríamos à catequese para preparação para o baptismo. Andámos na catequese durante dois anos. No fim, o meu pai foi pedir licença ao padre para que fossemos baptizados por outro padre, noutra zona do país, pois gostaria que o padre que o casou e baptizou as 2 filhas mais velhas, baptizasse os últimos filhos. O padre recusou, sem mais, recusou. Ficámos assim sem baptismo.
Depois de ter a segunda filha, o meu marido achou por bem baptizar as crianças. Fomos falar com o padre, e honesta como sou, disse-lhe que não era baptizada, não tinha nada contra a Igreja, e que não me opunha ao baptismo dos meus filhos. O padre quis que eu frequentasse a catequese para adultos, para no dia que baptizasse os meus filhos eu também o ser. Recusei. Nessa altura da minha não fazia sentido, e eu não sou hipócrita. Os meus filhos ficaram sem baptismo.
Hoje vou reunir com outro padre, de outra igreja, onde os meus filhos frequentam a catequese.
Em princípio irão ser baptizados em Maio, e sim, eu vou dizer ao Padre que não sou baptizado, e também que não quero ser.

2 comentários:

Rachelet disse...

Como se, em época de crise de fé geral e de broncas da Igreja Católica em particular, os padres se pudessem dar ao luxo de recusar baptismo.

Eu fui baptizada - não por escolha minha, mas convenhamos, aos 4 meses quem é que tem escolha?
Se os padres não querem, se tu não és nem queres ser, então porque é tão importante baptizares os miúdos? Eles são católicos convictos e querem sê-lo em plena consciência do que significa esse acto?

(Just sayin'... :P)

Mia disse...

A questão, não é tanto pela minha vontade, ou pela vontade deles. Neste momento, e tal como deixei escrito, a mim tanto me faz. Respeito a vontade do pai, e eles não têm nada contra. Fiz questão de lhes perguntar se sabiam o significado (apesar de que naquele idade, a antevisão de uma festarola é sempre bom). Também temos a vontade da minha sogra, que neste momento não sei se chega ao Natal, e disse que não gostava de morrer sem ver os netos baptizados. É o caneco.